terça-feira, 9 de agosto de 2011

nós, as que pensamos demasiado

Há mulheres que escondem o que sentem e outras que sentem demasiado aquilo que forçosamente escondem. Mulheres que não sabem ser atenciosas, mas que adoram atenção. Algumas querem adormecer com um príncipe ao lado, mas são mais talhadas para madrastas más do que para princesas. Outras há que por tanto fugirem, encontram aquilo que mais temem.
Há mulheres que tomam banho para tirar o cheiro do homem que amam do corpo, por saberem que ele não lhes pertence e não mais voltará depois daquela recaída. Outras mulheres tomam banho para deixar no corpo o cheiro que ele tanto adora. E algumas tomam banho com o homem que amam - mas essas, meus caros, são as sortudas.
Há, por isso, mulheres muito sortudas. E há também aquelas que não acreditam na sua sorte.
Dizia-me uma amiga que por estarmos tão habituadas a sofrer, chegamos a um ponto em que estamos preparadas para tudo aquilo que é mau, e tememos...o bom.
Como se não fosse de nosso pleno direito possuí-lo. Como se todas as cicatrizes nos lembrassem de que o nosso papel não é aquele. Como se a cada sinal de felicidade... nos lembrassemos do péssimo timing, das mentiras, da indecisão, da cobardia, da dor, da negação.
Há mulheres que adormecem sozinhas a chorar por aquele que nunca as soube amar. Outras adormecem com um gato aos pés, um estranho encruzilhado nas pernas e uma caixa de preservativos na cabeceira. Algumas adormecem a pensar no último beijo e no que ele poderá significar.
Seja como for, todas as mulheres pensam demasiado. E ainda que isso possa ajudar as mais cautelosas a não se magoarem de novo...de certo que irá também impedir algumas de conseguirem de novo sorrir. No fundo, é tudo muito simples: é so acreditar.

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